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sexta-feira, 7 de junho de 2013

ARTIGO - SUPERCOMPENSAÇÃO DE CARBOIDRATOS: UMA MANOBRA PRÉ-COMPETIÇÃO


Por Nut. Marcus Ávila

A nutrição esportiva é hoje foco de grandes pesquisas, mobilizando muitos profissionais do esporte. Há um interesse crescente dos atletas e esportitas pela nutrição, à fim de conquistar suas metas de forma mais fácil e muitos não medem esforços para alcançá-las.

Na nutrição esportiva, o objetivo da alimentação é manter o peso corporal adequado, promover a manutenção dos estoques de glicogênio e reparar e reconstruir os tecidos musculares. Treinamentos físicos extenuantes levam à exaustão os estoques de glicogênio do organismo, podendo ser necessária a ingestão de carboidratos pré, durante e pós atividade. Uma das formas de manutenção dos estoques de glicogênio é a supercompensação de carboidratos.

Sabe-se que quanto mais intensa for a atividade física, maior será a necessidade de energia para mantê-la, sendo o glicogênio uma fonte imediata. Cerca de 80 - 90g de glicogênio são estocados no fígado e 300 - 400g nos músculos, garantindo por volta de 90 - 120 minutos de exercícios em alta intensidade. De modo que muitos atletas se esforçam para aumentar a quantidade de glicogênio muscular estocado a valores acima dos normais sendo este o objetivo da manobra de supercompensação de carboidratos.

Originalmente (esquema clássico), eram praticadas atividades exaustivas durante 1 semana antes da competição, nos 3 primeiros dias consumia-se uma dieta pobre em carboidratos e mantinha-se os exercícios intensos. Nos 3 dias antecedentes à competição era realizado um descanso e se consumia uma dieta rica em carboidratos para promover a supercompensação. Estudos mais recentes demonstram que uma dieta equilibrada, seguida por 3 a 4 dias de uma dieta rica em carboidratos (70%), funcionam tão vem quanto o esquema clássico. Sabe-se ainda que para aumentar a síntese de glicogênio muscular, o treinamento é mais importante, pois ele estimula a ação de uma enzima conhecida como glicogênio sintetase, que sintetiza glicogênio e acumula-o na célula muscular.

Porém existem algumas falhas na supercompensação. Caso o atleta consuma uma dieta pobre em craboidratos nos 3 dias do esquema clássico, pode apresentar episódios de hipoglicemia, cetose, náuseas, fadiga, tonturas e irritabilidade. Além de aumetar o risco de lesão tecidual. Pode haver também ganho de peso com a supercompensação de carboidratos, pois o armazenamento de glicogênio é realizado na presença de água, em uma proporção de 3 para 1, ou seja, a cada grama de glicogênio armazenado, 3 gramas de água vão junto, podendo haver um acréscimo de 500 a 1,5Kg de peso total.

O método de supercompensação possui prós e contras para o atleta, sendo uma analise muito importante antes de realizá-lo. Se o atleta decidir pela supercompensação, um novo esquema alimentar dever ser introduzido e o procedimento deve ser realizado fora do período de competição para avaliar possíveis falhas ou contratempos. Posteriormente, caso não sejam observados problemas, pode-se utilizar o método como uma forma de aumentar as reservas de energia, podendo até definir o fim de uma prova.

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Equipe FALHA TOTAL



ARTIGO - AMINOÁCIDOS E EXERCÍCIOS

Há temos os aminoácidos de cadeia ramificada têm sido utilizados na nutrição clinica no tratamento de uma série de patologias. Hoje, muito se discute sobre os possíveis efeitos ergogênicos destes na atividade física, ebm como seus diferentes mecanismos de ação fisiológica. Os aminoácidos de cadeia ramificada, popularmente conhecidos como BCAAs, sigla derivada de sua designação em inglês (BRANCHED CHAIN AMINO ACIDS), compreendem 3 aminoácidos essenciais: leucina, isoleucina e valina, encontrados, sobretudo em fontes proteícas de origem animal (HENDLER & RORVIK, 2001). Apesar destes aminoácidos não serem considerados a principal fonte de energia para o processo de contração muscular, sabe-se que estes atuam como importante fonte de energia muscular durante o estresse metabólico. Neste contexto, estudos têm mostrado que nestas situações a administração de BCAAs, particularmente a leucina, poderia estimular a sintese protéica e diminuir o catabolismo protéico muscular (BLOMSTRAND & SALTIN, 2001). Além dos possíveis efeitos ergogênicos no metabolismo protéico muscular, outros têm sido sugeridos: retardar a ocorrência de fadiga central (NEWSHOLME & BLOMSTRAND, 2006), aumentar o rendimento esportivo (MADSEN et al 1986), poupar os estoques de glicogênio muscular e aumentar os níveis plasmáticos de glutamina após o exercício intenso (BLOSMSTRAND & SALTIN, 2001).

BCAA e síntese protéica muscular
Estudos com suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada demonstram que essa estratégia nutricional pode ser efetiva na promoção do anabolismo protéico muscular e diminuição da lesão muscular pós-exercício. No processo de síntese protéica muscular, destaca-se, entre os aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, que induz a estimulação da fosforilação de proteinas envolvidas no processo de iniciação da tradução do RNA mensageiro, o que desse modo, contribui para a estimulação da síntese protéica (ROGERO & TIRAPEGUI, 2007). Cabe ressaltar que a administração oral de leucina produz ligeiro e transitório aumento na concentração de insulina plasmática, fato este que também estimula a síntese protéica.

BCAA e fadiga central
A fadiga decorrente do exercício físico é um fenômeno complexo cujas causas parecem depender do tipo, intensidade e duração do exercício (FITTS, 1994). Para efeito de discussão, a fadiga pode ser definida como um conjunto de manifestações produzidas por trabalho ou exercício prolongado, que tem como consequência redução ou prejuízo na capacidade funcional de manter ou continuar o rendimento esperado (ROSSI & TIRAPEGUI, 2000). Na fadiga central, os mecanismos relacionados à ocorrência seriam a hipoglicemia e a alteração plasmática na concentração de aminoácidos de cadeia ramificada e triptofano (NEWSHOLME & BLOMSTRAND, 2006). O triptofano é um aminoácido essencial, tanto para homens como animais. Entre suas diversas funções está a de precursor do neurotransmissor serotonina, o que influencia no sono, comportamente, fadiga, ingestão alimentar, entre outros. O triptofano pode ser encontrado na corrente sanguínea na forma livre (10%) ou ligado a proteínas transportadoras (90%). Em exercícios de longa duração, o organismo passa a utilizar os lipídeos como fonte de energia, fazendo assim com que o triptofano possa circular em grande quantidade na forma livre pela corrente sanguínea. Assim, quando a existe grande quantidade circulante deste aminoácido, possivelmente ocorre uma maior síntese do neurotransmissor serotonina um dos grandes responsáveis pela ocorrência da fadiga central. A suplementação de BCAAs tem sido sugerida na hipótese de competir com o triptofano livre na corrente sanguínea, diminuindo assim a síntese de serotonina e consequentemente prevenindo a ocorrência de fadiga central (ROSSI & TIRAPEGUI, 2004).

Outras evidencias
Não há evidencias de que a suplementação com BCAAs exerça efeito SIGNIFICATIVO sobre o rendimento físico e metabolismo de carboidratos, uma vez que os resultados dos estudos são conflitantes. Em contraste, foi verificado que a suplementação com BCAAs promove aumento significativo nos níveis plasmáticos de glutamina no período de recuperação (pós-exercício), uma vez que servem de substrato pata a síntese deste aminoácido (BLOMSTRAND et al, 1995). Parece não haver necessidade para a ingestão de BCAAs, antes e durante o exercício, como estratégia para melhorar o desempenho esportivo. Contudo, a ingestão de aminoácidos, em particular BCAAs, pode trazer benefícios de outra natureza, tais como a redução do catabolismo protéico durante o esforço e/ou durante a recuperação. O uso de BCAAs é considerado ético. Os principais efeitos adversos relatados como o uso de suplemento, especificamente com altas doses, são desconforto gastrintestinal, como diarréia, além de comprometer a absorção de outros aminoácidos (WILLINAS, 1986).

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